terça-feira, 14 de abril de 2009

Coração de Vidro

Moram em mim
outros olhos que me vêem.
Neles existo e não me enxergo.
Tenho os olhos de um animal,
arisco e selvagem.
Farejo minhas vontades,
sacio minha sede
nos rios que correm em outros corpos.
Todos únicos sem serem um;
verdadeiros sem serem reais.
Tenho os olhos do pecado que não existe,
e escorrem por eles
lágrimas do sangue da minha culpa.
Tenho os olhos de versos.
Olhos de alma
que mostram meu coração de vidro,
tão pequeno e frágil,
que brilha e lacera em meu peito
inúmeras feridas
da onde brotam palavras vazias,
palavras vãs,
que eu nunca conseguirei entender.
Cláudia Marczak

2 comentários:

João Moreira disse...

Olá amiga,
Sempre disse que os olhos não mentem e até por vezes dizem o que queremos ocultar, bonito post, adorei .
Fica bem minha querida desculpa a ausência recente, tenho de deixar passar esta fase complicada, mas tenho acompanhado em silencio todos os blog que me estão no coração.
Beijos perfumados

YellowMcGregor disse...

Alma sensivel que selecciona
Um poema este, sem igual.
Só poderá mesmo albergar,
Um doce Coração de Cristal!...

Com um ramo de :-)